domingo, 29 de maio de 2011

Meu primeiro "post".

Olá, boa noite a todos.

Há muito tempo tenho vontade de começar um blog pra poder compartilhar com o mundo algumas coisas que eu acho importantes, mas que, com certeza, ninguém dá a mínima.

No entanto, antes de prosseguir, como deve ser protocolar, devo explicar aqui "o que é" esse blog.

Infinitos Pontos de Uma Reta, como o nome sugere, vai abranger de tudo que eu ache interessante (ou nem sempre) e que tenha vontade de compartilhar com as demais pessoas. Vai ter, como já dízia o sábio filósofo Falcão, de "pinico à bomba-atômica".

Poesia, filosofia, música, cinema, zuerias da internet, fotos, fatos, arquitetura, esportes, atualidades, culinária, idéias sérias, idéias nada sérias, enfim, todos os infinitos pontos que temos nesse segmento de reta chamado "vida".

Posto isso, vamos falar já de alguma coisa pra não passar em branco.

Acabei de assistir o último filme da Sofia Coppola, "Somewhere", graças à indicação de uma amiga, a Tico.

Bem, o filme começa monótono e acaba monótono, o que não o caracteriza muito como "entretenimento" na minha opinião. No entanto, creio que tal abordagem foi essencial para o tema que trata: o vazio que sentimos em algum momento de nossas vidas.

Não importa, por mais realizados, ricos, belos, famosos e admirados que possamos vir a ser nessa vida, talvez nunca escaparemos totalmente desse vazio que nos prende a alma. Talvez ele sempre estará lá, nos sugando ou nos puxando, como gravidade. Sempre nos fazendo perguntar a nós mesmos: e aí, isso é tudo? - quê mais?

O filme retrata o vazio do protagonista, seu "vácuo", mas também seu "sol". Mostra também o quão perdidos e desorientados podemos ficar em fases como essa.

Não tô afim de responder tais perguntas, nem espero que alguém possa ter tais respostas. Mas me lembrei de algo que escrevi já há algum tempo pensando no assunto. Até já devo ter postado no Facebook e, por isso, já devem ter lido.

Àqueles que já leram, talvez no próximo post tenha alguma novidade, àqueles que não leram...

Segue:

Vazio

"Acordar e viver todos os dias com um gigantesco vazio em sua vida.
Vivendo sem esperanças, sem coloridos, sem sabores de verdade.
Verdade. O que é verdade, será realidade?
O que é realidade, será verdade?
Pessoas que eu nem conheço cobram-me coisas que eu não quero fazer,
- coisas que talvez eu nem possa.
Coisas que só acrescentam tamanho no já imenso buraco, no imenso vazio da vida.
Where is the glamour?
?Donde está el encantamiento?
Sem tempo e sem espaço apenas continuamos,
eternamente sem saber quem somos.
Sem tempo e sem espaço apenas continuamos sem conseguir decidir qualquer coisa,
fazer qualquer coisa,
ou simplesmente escolher qualquer coisa.
A letargia é mórbida, mas latente.
Apenas um delicado fio prende a vida à vontade de continuar vivendo.
Ou poderia ser o contrário.
Ou poderia ser os dois.
Vida, mentira.
Casca de ovo de páscoa, apenas isso.
Bela embalagem para o oco.
Somos todos belas embalagens para buracos cheios de vazio.
Somos todos vazios.
Somos todos belos.
E há a pequena esperança de que a alma que um dia se esvaiu em um último soluço, -
um último suspiro de um choro, -
um dia retorne e, passando novamente pela nossa boca, venha preencher o nada que somos.
Pobre ilusão - não há esperança!"
 
(João Filipe De Cesaro)

Me lembro que à época alguns amigos que leram gostaram, outros não.

De todo modo, não expressa exatamente a minha opinião - é só o eu-lírico falando. Mas sinta-se livre para expressar a sua.

Vai aqui também o trailer do filme pra quem se interressar.

Menção à linda versão da música "I'll Try Anything Once", do Strokes.

E.T.: a formatação do blog não está pronta. Ainda trabalhando nisso. ;-)

"Somewhere" - Trailer Oficial



The Strokes - I'll Try Anything Once



Saludos,

e até o próximo post.

JF.

Um comentário:

  1. João, gosto da Sofia Copola. A estética dos filmes dela é peculiar: o enredo parte da trilha sonora. É um modo especial de sentir o mundo e também seu vazio. Já viu os outros dela?

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